sexta-feira, 7 de junho de 2024

O Afeganistão dos Mujahidin - um pântano para os soviéticos



A Guerra dos soviéticos no Afeganistão foi um conflito prolongado e difícil para os soviéticos, que lutaram lá de 1979 a 1989. Eles enfrentaram forte resistência dos Mujahidin afegãos apoiados por várias potências estrangeiras, incluindo os Estados Unidos. O conflito resultou em muitas baixas para os soviéticos e contribuiu para o colapso da União Soviética.

Os Mujahidin, em conluio com os americanos, fizeram a vida negra às tropa soviéticas. Os Mujahidin afegãos receberam apoio significativo não apenas dos Estados Unidos, mas também de outros países, incluindo financiamento, armas e treino. Esse apoio desempenhou um papel crucial na resistência afegã contra as forças soviéticas e contribuiu para a retirada dos soviéticos do Afeganistão.



Mujahidins capturando duas peças de artilharia soviéticas abandonas em Jaji, 1984

O Vale do Panjshir foi um cemitério de carros soviéticos. O Vale do Panjshir foi um local onde os Mujahidin afegãos infligiram pesadas baixas às forças soviéticas durante a Guerra do Afeganistão. Eles foram capazes de lançar emboscadas bem-sucedidas e realizar ataques eficazes contra as tropas e os veículos soviéticos naquela região montanhosa. Isso contribuiu para a reputação do vale como um lugar onde os invasores soviéticos encontraram forte resistência e sofreram grandes perdas.

Ora, os jihadistas não respeitavam a amizade de ninguém, o que também viria a ser fatal para os norte-americanos. É verdade que durante a Guerra do Afeganistão os Mujahidin afegãos eram uma força heterogénea, composta por diferentes grupos e facções, alguns dos quais mais extremistas do que outros. Após a retirada soviética, essa falta de coesão e as rivalidades internas entre os grupos Mujahidin contribuíram para a instabilidade no país e, eventualmente, para o surgimento do Talibã. Isso também acabou por tornar-se um desafio para os interesses americanos na região.

Quem assistia de fora à guerra do Afeganistão era Indira, que estava de volta ao poder na Índia. Indira Gandhi, a primeira-ministra da Índia na época, certamente estava atenta aos acontecimentos na vizinha Afeganistão durante a Guerra Soviético-Afegã. A Índia tinha interesses geopolíticos na região e acompanhava de perto o desenrolar do conflito, especialmente considerando as implicações para a segurança regional e os movimentos políticos no sul da Ásia. Indira dizia: «Não sou pró-Rússia nem pró-América». Indira Gandhi adotava uma postura pragmática em relação às relações internacionais, buscando equilibrar os interesses da Índia num cenário global complexo. Essa declaração reflete a sua abordagem de não alinhamento durante a Guerra Fria, quando a Índia tentava manter uma posição neutra entre as superpotências - os Estados Unidos e a União Soviética. Em abril de 1981, Indira viajou até Londres para discutir o Afeganistão com Margaret Thacher. Mas a prova de fogo de Thacher viria em 1982 com a guerra das Malvinas

É possível que Indira Gandhi tenha discutido questões relacionadas ao Afeganistão com outra mulher -  Margaret Thatcher - durante a sua visita a Londres em abril de 1981. A situação no Afeganistão era de grande interesse para muitos países na época, dada a presença soviética e as implicações regionais e globais do conflito. É plausível que as duas líderes tenham discutido estratégias para lidar com a situação na região. Mas devemo-nos recordar que Margaret Thatcher como primeira-ministra do Reino Unido em 1982 teve de enfrentar a Guerra das Malvinas, um ponto crucial no seu mandato. Pra ela, foi um teste significativo de liderança na política externa, já que a resposta britânica ao conflito teve implicações tanto internas como externas. A maneira como Thatcher lidou com a crise, e liderou o país durante a guerra, valeu-lhe a reputação que já trazia de ser uma "Dama e Ferro", o que lhe gramgeou admiração por parte dos líderes mundiais comm grande influência política.

Sem comentários:

Enviar um comentário