quinta-feira, 27 de junho de 2024

Dos Não Alinhados do tempo da Guerra Fria


O Movimento dos Não Alinhados incluía uma ampla gama de líderes e países de várias regiões do mundo. Alguns dos líderes mais proeminentes associados ao movimento incluíam Jawaharlal Nehru da Índia, Gamal Abdel Nasser do Egito, Josip Broz Tito da Jugoslávia, Sukarno da Indonésia e Kwame Nkrumah de Gana. Além disso, muitos países africanos, asiáticos e latino-americanos aderiram ao movimento como uma forma de promover a solidariedade entre as nações recém-independentes ditas do Terceiro Mundo e buscar uma terceira via entre os blocos liderados pelos EUA e pela URSS.

Era o caso de Norodom Sihanouk, o ex-rei e líder político do Camboja, que tentou manter o país neutro durante várias décadas durante a Guerra Fria. Ele buscava equilibrar as relações com as potências globais para proteger a independência e a estabilidade do Camboja. Sihanouk aderiu então ao Movimento dos Não Alinhados de nações que se recusavam a alinhar com qualquer bloco geopolítico dominante. Isso refletia uma política de neutralidade e independência, buscando manter o país afastado das rivalidades entre os blocos liderados pelos Estados Unidos e pela União Soviética.

Ho Chi Minh,  não pessoalmente, mas as forças do Vietcong, apoiadas pelo Vietname do Norte, invadiram o Vietname do Sul em uma série de ataques em 1960, marcando o início da Guerra do Vietname. No entanto, a escalada significativa das hostilidades ocorreu em 1965, quando os Estados Unidos aumentaram o seu envolvimento militar no conflito.

Tudo começou com John F. Kennedy, presidente dos Estados Unidos na época. Ele estava preocupado com a crescente influência comunista no Sudeste Asiático, mas não pressionou Sihanouk a resistir à invasão comunista no Camboja. Na verdade, os EUA apoiaram Sihanouk em certa medida como parte de sua política de conter o comunismo na região. A relação entre os Estados Unidos e Sihanouk foi complexa e variou ao longo do tempo, mas Kennedy não pressionou Sihanouk a resistir à invasão comunista no Camboja.



Sihanouk com Kennedyem Nova Iorque
25 de setembro de 1961

Sihanouk acabou por sofrer uma taentado organizado pelos irmãos Ngo, mas sobreviveu. Chegou a admitir-se que a CIA aprovara o atentado. Fosse como fosse houve conspirações envolvendo a CIA e elementos do governo sul-vietnamita liderado pelos irmãos Ngo contra Sihanouk. Em 1959, a CIA aprovou um plano para assassinar Sihanouk, mas o plano não foi bem-sucedido. Além disso, Sihanouk sobreviveu a várias tentativas de assassinato ao longo da sua vida política muito atribulada. Uma delas foi um atentado à bomba em 1959, que visava matá-lo enquanto ele assistia a um filme no cinema em Phnom Penh. Apesar dessas ameaças, Sihanouk manteve a posição de neutralidade e tentou equilibrar as pressões geopolíticas sobre o Camboja durante o seu governo.

Durante o regime de Sihanouk no Camboja, houve períodos em que os budistas enfrentaram perseguições, especialmente durante a década de 1960. Embora o país fosse predominantemente budista, o governo de Sihanouk estava em constante luta pelo poder e tentava suprimir qualquer oposição política, incluindo movimentos budistas que desafiavam sua autoridade. Isso resultou em tensões e conflitos entre o governo e monges budistas e ativistas religiosos. No entanto, é importante observar que as políticas de Sihanouk e as condições no Camboja mudaram ao longo do tempo e não foram consistentemente opressivas para os budistas.

Estávamos também no tempo em que o Xá da Pérsia se divorsiava de Soraya e casava com Farah Diba, jovem estudante de arquitetura. Mohammad Reza Pahlavi, divorciou-se de Soraya Esfandiary-Bakhtiari em 1958 e casou-se com Farah Diba, que na época era uma jovem estudante de arquitetura, em 1959. Farah Diba tornou-se a última imperatriz consorte do Irão até 1979, quando se deu a Revolução Islâmica do Ayatollah Khomeini. Farah Diba usou um deslumbrante vestido criado pelo renomado estilista Yves Saint Laurent. Este vestido foi um símbolo de elegância e luxo, refletindo o estilo e o prestígio associados à família real do Irão na época.




Dizia-se que tanto o Xá como John Kennedy frequentavam a parisuense Madame Claude. A sua vida foi contada no filme de 1977 “Madame Claude”, dirigido por Just Jaeckin. A 2 de abril de 2021 estreou um novo “Madame Claude” na Netflix — um filme que reconta a sua história, embora de forma distinta.

Havia rumores de que tanto o Xá da Pérsia, Mohammad Reza Pahlavi, quanto John F. Kennedy, o presidente dos Estados Unidos na época, frequentavam os serviços de Madame Claude, uma famosa madame parisiense conhecida por administrar um sofisticado serviço de acompanhantes de luxo para clientes de alta sociedade. Esses rumores nunca foram oficialmente confirmados, mas contribuíram para a aura de glamour e mistério em torno dessas figuras públicas. Madame Claude, cujo nome verdadeiro era Fernande Grudet, era de facto a proprietária da principal maison close de Paris. Seu estabelecimento era conhecido por fornecer serviços de acompanhantes de alto nível para clientes influentes e poderosos, incluindo políticos, empresários e celebridades. Madame Claude tornou-se uma figura lendária na cena social parisiense e seus negócios ganharam fama internacional.




Khomeini, já no tempo do Xá da Pérsia, Mohammad Reza Pahlavi, conspirava para derrubar o regime secular e substituí-lo por um regime de um guardião judicial islâmico. Ele liderou o movimento islâmico que eventualmente culminou na Revolução Islâmica de 1979, que depôs o Xá e estabeleceu a República Islâmica do Irão, com Khomeini como seu líder supremo. A abordagem tradicional do Islão xiita não necessariamente endossava um sistema político onde um líder religioso exercesse autoridade política direta sobre o Estado. No entanto, o aiatolá Khomeini era um líder carismático e persuasivo que conseguiu mobilizar apoio para a sua visão de um Estado islâmico, eventualmente levando à revolução que transformou o Irão.

Em 5 de junho de 1963, o xá Mohammad Reza Pahlavi havia ordenado a prisão do aiatolá Ruhollah Khomeini, após este ter feito discursos contra o regime. Esse evento marcou um ponto de viragem na relação entre Khomeini e o regime do xá, aumentando a oposição contra o governo e contribuindo para a ascensão do movimento islâmico que levaria à Revolução Islâmica de 1979. O primeiro-ministro Hassan Ali Mansur chegou a repreende-lo antes de partir para o exílio no Iraque. Mansur, que serviu como primeiro-ministro do Irão de 1963 a 1965, representava o governo do xá Mohammad Reza Pahlavi e estava envolvido na repressão aos oponentes políticos, incluindo Khomeini. A repreensão de Mansur e a subsequente prisão de Khomeini fizeram parte dos esforços do regime para conter a crescente oposição religiosa e política.

A 12 de outubro de 1971 o xá havia organizado a festa do século para celebrar os 2500 anos da Grande Civilização Persa. De fato, o xá Mohammad Reza Pahlavi organizou uma celebração extravagante. Esta festa foi chamada de "Festa dos 2.500 Anos da Monarquia Imperial do Irão" e foi realizada na cidade de Persépolis. Foi um evento monumental, com a presença de muitos líderes mundiais e dignitários, e foi projetado para destacar a grandeza histórica e cultural do Irão. No entanto, essa celebração também gerou controvérsia devido aos altos custos e à extravagância em um momento de crescente descontentamento social no país.

Sem comentários:

Enviar um comentário