sábado, 15 de junho de 2024

Frederico II da Prússia em Potsdam



Frederico II [1712-1786] - Frederico, o Grande - governou o reino da Prússia de 1740 a 1786, um reinado de 46 anos, o mais logo de todos os HohenzollernBerlim era a capital da Prússia, e em Potsdam ficava o Palácio de Mármore (Marmorpalais) uma residência real, perto de Berlim,  construída nos terrenos do extenso Neuer Garten, que era a residência de verão para onde Frederico II ia, dado o seu temperamento artístico. O Marmorpalais de tijolos vermelhos era originalmente um edifício quadrado de dois andares. Uma bela vista dos jardins e lagos circundantes possível de ver a partir de um pavilhão redondo no telhado de estrutura cúbica. Frederico desfrutava de extensos passeios de barco que podia ir até ao Palácio de Charlottenburg, no rio Spree, em Berlim. 

O palácio havia sido encomendado por Frederico Guilherme II da Prússia, pai de Frederico II, e projetado no estilo neoclássico por Carl von Gontard. O "mármore" não faz juz ao tijolo, o principal material de que é construído. O palácio permaneceu em uso pela família Hohenzollern até ao início do século XX. Serviu como um museu militar sob o regime comunista, mas desde então foi restaurado e está novamente aberto ao público.



Sendo muito badalado pelas realizações militares, e pela reorganização dos exércitos prussianos, Frederico II foi ainda melhor no seu patrocínio das artes e no gosto pelas ideias do Iluminismo. Como se pode ver na pintura a seguir, de Adolph Menzel, datada de 1850, Frederico II está em em Sanssouci com Voltaire a seu lado, e demais cientistas da Academia de Ciências de Berlim. Frederico II fez de Berlim um centro importante para a cultura, política e economia, promovendo o seu desenvolvimento e expansão. 




Mas sim, durante o seu reinado realizou várias reformas administrativas e militares que ajudaram a fortalecer a posição da Prússia como uma potência europeia. Foi um sucesso, o final da Guerra dos Sete Anos, contra as principais potências europeias da época. Frederico II foi o último monarca Hohenzollern intitulado Rei da Prússia. Declarou-se assim depois de alcançar a soberania sobre a maioria das terras historicamente prussianas em 1772. No fim de seu reinado, a Prússia havia aumentado muito os seus territórios e se tornado uma verdadeira potência militar. Ele ficou conhecido como Frederico, o Grande (Friedrich der Große) e foi apelidado de der Alte Fritz ("o Fritz Velho": "Fritz" é um diminutivo de "Friedrich") pelo povo prussiano e, mais tarde, pelo resto da Alemanha. 

Mas havia o Novo Palácio de Potsdam, que fica no lado oeste do Parque Real de Sanssouci. Frederico II mandou construir o edifício em 1763, após o fim da Guerra dos Sete Anos. Ficou concluído em 1769. Esta guerra também ficou conhecida como a "Terceira Guerra da Silésia" (1756-1763), devido à disputa da Silésia.



De uma forma arquitetónica excessiva de esplendor em mármore, pedra e dourados. É considerado o último grande palácio barroco prussiano. Para o Rei da Prússia, o Novo Palácio não era a residência principal, mas uma exibição para a recepção de reis e importantes dignitários. Das mais de 200 salas, quatro quartos de recolhimento principais e um teatro estavam disponíveis para funções reais, bailes e ocasiões de estado. Durante as suas permanências ocasionais no palácio, Frederico II ocupava um conjunto de salas na extremidade sul do edifício, composto por duas antecâmaras, um estúdio, uma sala de concerto, um salão de jantar e um quarto de dormir, entre outros.

Depois da morte de Frederico, em 1786, o palácio caiu em desuso, sendo raramente ocupado como residência ou local de recreio. No entanto, a partir de 1859 tornou-se na residência de Verão do Príncipe Real alemão, Frederico Guilherme, mais tarde o Imperador Frederico III. A subida ao trono de Guilherme II trouxe renovações e restauros ao interior do palácio, com a instalação de um sistema de aquecimento, casas-de-banho nos apartamentos. Até 1918, manteve-se como a residência preferida de Guilherme II e da Imperatriz Augusta. Depois da Revolução de Novembro e da abdicação do Imperador Guilherme II, o Novo Palácio de Potsdam tornou-se num museu, permanecendo com tais funções até à Segunda Guerra Mundial. Antes da pilhagem dos seus tesouros pelo Exército Vermelho, o palácio mantinha muitas das suas decorações e mobílias do tempo de Frederico II.

Pois o pai de Frederico II, o Grande, foi Frederico Guilherme I [1688-1740] também conhecido como "Rei Soldado", o Grande Eleitor, por ter sido o Eleitor da Brandemburgo. Frederico Guilherme I, por sua vez, era filho de Frederico I [1657-1713]. Este é que havia tido três esposas - Isabel Henriqueta de Hesse-Cassel; Sofia Carlota de Hanôver; Sofia Luísa de Mecklemburgo-Schwerin. Frederico II foi casado com Isabel Cristina de Brunswick-Wolfenbüttel-Bevern, e não tiveram filhos. 

Há muita coisa que se conta de Frederico II que pode fazer parte apenas do reino do mito e da lenda. É verdade que ele teve uma relação muito próxima com Hans Hermann von Katte, um oficial militar prussiano. A natureza exata dessa relação é debatida pelos historiadores, mas há evidências sugerindo que eles eram amigos íntimos e compartilhavam interesses muito parecidos. Mas parece certo que a relação de Frederico II com Katte tenha preocupado o pai. Frederico Guilherme I via a influência de Katte muito perniciosa para os objetivos que traçara no campo militar. Quando Katte, numa tentativa de fuga para Inglaterra querendo arrastar consigo Frederico II, em 1730, Frederico Guilherme I conseguiu intercetar a fuga. E foi implacável, ao mandar executar Katte por alta traição. Este episódio marcou profundamente Frederico II, que mais tarde descreveu a execução de Katte como um dos momentos mais dolorosos da sua vida.

Não há evidências históricas sólidas que comprovem que Frederico Guilherme I, conhecido como o "Rei Soldado" da Prússia, tenha tentado matar o filho, Frederico II, alegadamente por considerar que as suas orientações sexuais eram de um homossexual. Seja como for, o pai teve fortes discussões com  Frederico por causa das suas atividades culturais que não gostava nada. O que o pai queria era que ele se tornasse um Príncipe militar. Mas não há registos confiáveis acerca das vontades familiares de Frederico Guilherme I. A relação entre pai e filho era complexa, mas a ideia de um pai ter tentando matar o filho por ser homossexual parece ser mais uma lenda do que um facto histórico comprovado.

Como apontamentos marginais, acerca dos mercenários escoceses e irlandeses, bem como as relações de Frederico II com Maria Teresa da Áustria, pode dizer-se o seguinte:
Durante os séculos XVII e XVIII, muitos oficiais escoceses e irlandeses serviram nos exércitos dos Hohenzollern, e naturalmente no tempo de Frederico II da Prússia. Isso aconteceu por várias razões, incluindo alianças militares, relações políticas e oportunidades de carreira. Além disso, as guerras na Europa frequentemente envolviam mercenários de várias nacionalidades, incluindo escoceses e irlandeses que buscavam emprego nos exércitos estrangeiros. Como resultado, muitos oficiais dessas origens encontraram emprego e ascensão social nos exércitos prussianos. Esses oficiais escoceses e irlandeses que serviam nos exércitos dos Hohenzollern, especialmente na Prússia, eram frequentemente conhecidos como "gansos selvagens" (em alemão: "Die Wildgänse"). Esse termo era uma referência ao facto de que esses estrangeiros migravam para a Prússia em busca de oportunidades militares e de carreira, assim como os gansos selvagens migram de um lugar para outro. Eles trouxeram consigo bons desempenhos militares dada a sua larga experiência. 

Maria Teresa da Áustria [1717-1780]  teve, de facto, que enfrentar Frederico II da Prússia. Eles envolveram-se numa série de conflitos, incluindo a Guerra de Sucessão Austríaca e a Guerra dos Sete Anos, que foram importantes capítulos da história europeia do século XVIII. Esses conflitos muitas vezes giravam em torno de disputas territoriais e de poder na Europa Central. Acontece que os Hohenzollern eram uma família nobre e real alemã que governava a Prússia e posteriormente o Reino da Prússia, desempenhando um papel significativo na história da Alemanha e da Europa.

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