segunda-feira, 15 de julho de 2024

A China de Chiang Kai-shek a Mao

 

Inicialmente, durante os primeiros estágios da invasão japonesa da China, na década de 1930, a União Soviética sob a liderança de Josef Stalin forneceu algum apoio a Chiang Kai-shek e ao Kuomintang na luta contra os japoneses. Isso foi em parte devido aos interesses soviéticos na região e à política de frente unida contra o expansionismo japonês na Ásia. No entanto, à medida que o tempo foi passando, essas relações foram-se complicando, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, quando as tensões, entre os nacionalistas de Chiang e os comunistas de Mao, se intensificaram.



Na foto, o último encontro entre Chiang Kai-shek e Mao Zedong

Após a Segunda Guerra Mundial e o enfraquecimento do Kuomintang, a União Soviética de Josef Stalin voltou a atenção e apoio para o Partido Comunista Chinês liderado por Mao Zedong. Isso ocorreu em parte devido à vitória dos comunistas sobre os nacionalistas na Guerra Civil Chinesa, e à consolidação do controlo comunista sobre a China continental. A mudança no apoio soviético refletiu a ascensão do comunismo como uma força dominante na China e as relações políticas internacionais da União Soviética durante a Guerra Fria. Stalin tentou estender a influência comunista para a China, assim como fez com os países da Europa de Leste. No entanto, Mao Zedong e os comunistas chineses conseguiram manter sua independência e estabelecer o seu próprio regime comunista, o que levou a uma divisão entre a União Soviética e a China.

Ainda no tempo de Mao o partido comunista chinês encetou um enredo de amizade com os Estados Unidos. As relações sino-americanas, entre o Partido Comunista Chinês (PCC) e os Estados Unidos, apesar de complexas ao longo do tempo, com períodos de cooperação e tensão desde os tempos de Mao Zedong, tiveram momentos de engodo e pragmatismo. Isso tinha a ver com a Guerra Fria. Os EUA e a China comunista aliaram-se temporariamente contra a União Soviética, apesar de suas diferenças ideológicas.

Desde o tempo de George Marshall, o enviado especial dos Estados Unidos à China, que houve pressões para que Chiang Kai-shek, líder do Kuomintang (partido nacionalista), negociasse com os comunistas liderados por Mao Zedong para formar um governo de coligação e combater a invasão japonesa durante a Segunda Guerra Mundial. No entanto, os laços entre Mao e Stalin, líder da União Soviética, eram em grande parte encobertos naquela época, especialmente para evitar antagonizar os Estados Unidos. Mas, no início, Stalin ajudara Chiang contra os japoneses.

Stalin, depois da Segunda Guerra Mundial, acabou por implantar na Coreia o mesmo que havia implantado em Berlim. Após a Segunda Guerra Mundial, a Coreia foi dividida em duas zonas de ocupação, uma controlada pelos Estados Unidos no Sul e outra pelos soviéticos no norte, semelhante à divisão de Berlim em zonas de ocupação controladas pelas potências aliadas. Essa divisão eventualmente levou à criação de dois estados separados: a Coreia do Norte, com um regime comunista apoiado pela União Soviética, e a Coreia do Sul, com um governo pró-ocidental apoiado pelos Estados Unidos. Stalin descobriu um tal KimSong-ju que se tornou Kim Il-sug, que traduzido à letra sugnifica "Tigre", e que abraçou uma mescla de estalinismo e nacionalismo coreano. Kim Il-sung foi o líder fundador da Coreia do Norte e governou o país por décadas. Ele foi apoiado por Stalin e adotou uma mistura de ideologia estalinista e nacionalismo coreano, promovendo um culto de personalidade em torno de si mesmo e de sua família. Kim Il-sung era conhecido como "Tigre" e desenvolveu um regime autoritário e fechado, que continua a influenciar a política norte-coreana até hoje.

A Manchúria já estava sob controlo comunista antes de 1948. Durante a Guerra Civil Chinesa, que durou de 1945 a 1949, as forças comunistas lideradas por Mao Zedong capturaram a região da Manchúria, que estava sob controlo japonês durante a Segunda Guerra Mundial. Isso foi um golpe significativo para o governo nacionalista liderado por Chiang Kai-shek. A proclamação oficial da República Popular da China ocorreu em 1949, após a derrota dos nacionalistas e a ascensão dos comunistas ao poder. Na verdade, em abril de 1949, as forças comunistas lideradas por Mao Zedong tomaram Nanquim (ou Nanjing), que era a capital da República da China (governada pelo general Chiang Kai-shek). A captura de Nanquim pelos comunistas foi um momento crucial na Guerra Civil Chinesa, pois solidificou ainda mais a sua posição e enfraqueceu o governo nacionalista. Poucos meses depois, em outubro de 1949, os comunistas finalmente capturaram a capital nacionalista em Pequim, o que levou à proclamação da República Popular da China em 1 de outubro de 1949.

Após a derrota dos nacionalistas na China continental para os comunistas liderados por Mao Zedong, Chiang Kai-shek e as forças nacionalistas retiraram-se para a ilha de Taiwan, onde estabeleceram um governo exilado. Taiwan tornou-se então o último bastião do governo nacionalista e continuou a ser conhecido como República da China, enquanto o continente passou a ser governado pela República Popular da China, liderada pelos comunistas. Essa situação levou a um estado de tensão permanente até aos dias de hoje. 

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