terça-feira, 16 de julho de 2024

As rotas dos vietcongues durante a Guerra do Vietname

 


Durante a Guerra do Vietname os vietcongues usaram pelo menos duas rotas de abastecimento: a Rota de Sihanouk, e a Rota de Ho Chi Minh. Essas rotas desempenharam um papel crucial no conflito. A Rota de Sihanouk, através do Camboja, que era neutro, foi uma das principais vias pelas quais a China fornecia apoio aos vietcongues. Isso permitiu que suprimentos e armas chegassem aos combatentes vietcongues no sul do Vietname, desafiando os esforços dos Estados Unidos para interromper o fornecimento de recursos. Enquanto os Estados Unidos iam enviando mais tropas, Sihanouk recrutava para o seu governo um marxista formado na Sorbone, chamado Khieu Samphan.

O líder cambojano, Norodom Sihanouk, recrutou Khieu Samphan, um marxista formado na Sorbonne, para o seu governo. Khieu Samphan desempenhou um papel significativo no regime de Sihanouk antes de se tornar um dos líderes do Khmer Vermelho, que mais tarde liderou o regime brutal no Camboja. Richard Nixon tomou posse como presidente dos Estados Unidos em janeiro de 1969, e o seu primeiro grande desafio em relação ao Vietname foi como acabar com a guerra. A sua estratégia incluía a retirada gradual das tropas americanas e a transferência da responsabilidade pelo desenrolar dos acontecientos a partir daí para as forças armadas sul-vietnamitas.

Henry Kissinger desempenhou um papel crucial na formulação e implementação da política externa dos Estados Unidos durante o governo de Nixon, incluindo a estratégia para terminar com a Guerra do Vietname. Ele desempenhou um papel central nas negociações de paz com o Vietname do Norte, culminando nos Acordos de Paz de Paris em 1973, que acabaram formalmente com o envolvimento dos EUA na guerra. Nixon tinha outra proridade, que consistia no primeiro homem a colocar os pés na Lua. Isso vei a concretizar-se em 20 de  julho de 1969. Durante o mandato de Richard Nixon, a missão Apollo 11 realizou a primeira colocação de um homem na Lua, com Neil Armstrong e Edwin "Buzz" Aldrin se tornando os primeiros seres humanos a caminhar na superfície lunar. Este foi um marco histórico significativo tanto para os Estados Unidos quanto para a humanidade como um todo. Nixon presidiu o país durante esse evento marcante na história da exploração espacial.

Henry Kissinger, como conselheiro de segurança nacional e posteriormente como Secretário de Estado dos Estados Unidos durante a administração Nixon, argumentou que uma saída abrupta do Vietname poderia prejudicar a credibilidade internacional dos Estados Unidos. Ele defendia uma abordagem gradual e diplomática para encerrar o envolvimento dos EUA na guerra, a fim de preservar a influência e o prestígio do país no cenário mundial. Essa abordagem acabou sendo refletida na estratégia de "paz com honra" de Nixon para encerrar a Guerra do Vietname.

Assim, Kissingir achava que primeiro devia tentar afastar a China da Rússia. Aproximar da China para enfraquecer a Rússia. Essa abordagem foi conhecida como "diplomacia do pingue-pongue" e culminou na histórica visita de Nixon à China em 1972. Ao normalizar as relações com a China, os Estados Unidos buscaram criar uma dinâmica de competição entre a China e a União Soviética, visando enfraquecer a influência soviética no cenário global. Essa política de realpolitik foi uma das características distintivas da administração Nixon em que Kissinger desempenhou um papel fundamental nesse processo.

A Guerra do Vietname foi altamente condenada nos Estados Unidos, e Nixon enfrentou uma forte contestação interna durante o seu mandato. O movimento anti-guerra cresceu significativamente durante os anos 1960 e início dos anos 1970, com protestos em todo o país e críticas cada vez mais vocais contra a guerra e a política externa dos EUA. Isso colocou pressão sobre Nixon para encontrar uma solução para a guerra e retirar as tropas americanas de forma responsável. A contestação interna desempenhou um papel importante na moldagem da política em relação ao Vietname e influenciou as decisões de Nixon sobre como lidar com o conflito.

A situação no Camboja representava um grande desafio para a administração Nixon durante a Guerra do Vietname. Nixon autorizou secretamente bombardeios e incursões terrestres no Camboja em 1969, na tentativa de atingir bases vietcongues do Exército do Vietname do Norte. No entanto, essas ações provocaram uma reação violenta e levaram ao fortalecimento do movimento Khmer Vermelho, liderado por Pol Pot. Os Khmers Vermelhos assumiram o controlo do Camboja em 1975, resultando numa tragédia humanitária com milhões de mortes. A intervenção no Camboja tornou-se um ponto de controvérsia na história da política externa dos Estados Unidos e contribuiu para a crítica da administração Nixon em relação à sua gestão da Guerra do Vietname.

Pol Pot foi a Pequim pedir ajuda militar para uma revolução comunista que já não era segredo para ninguém. Pol Pot e os Khmers Vermelhos buscaram apoio militar e político da China comunista, liderada por Mao Zedong, na sua luta contra o governo do Camboja. A China era vista como uma aliada potencial dos Khmers Vermelhos para o derrube do governo cambojano, e estabelecer aí um regime comunista radical. A China, por sua vez, viu o Camboja como uma oportunidade de estender a sua influência na região, e desafiar a União Soviética com a qual tinha tensões políticas. A relação entre os Khmers Vermelhos e a China desempenhou um papel significativo na história do Camboja durante esse período.

Quando o príncipe Shianouk foi de visita a Moscovo, em março de 1970, o general Lon Nol, um pró-americano, tomou o poder em Phnom Penh. Essa mudança no governo do Camboja teve consequências significativas para o país e para a Guerra do Vietname. Lon Nol tornou-se um aliado dos Estados Unidos na luta contra os Khmers Vermelhos. A instabilidade política resultante desse golpe contribuiu para o caos que se seguiu nos anos seguintes e levou os Khmers Vermelhos ao poder em 1975. No entanto, o prestígio da monarquia era tal que os camponeses se revoltaram e mararam o irmão de Lon Nol. Isso levou a uma série de revoltas e resistência contra o novo governo. Em algumas áreas rurais, os camponeses se uniram em apoio ao príncipe Norodom Sihanouk, que estava no exílio. Essa instabilidade política e a oposição interna contribuíram para a fragilidade do governo de Lon Nol e para o caos que se seguiu no Camboja durante os anos seguintes.

Sihanouk teve a ingenuidade de ir a Pequim pedir apoio. Daí resultou uma aliança com o movimento Khmer Vermelho, liderado por Pol Pot. Sihanouk estava descontente com o governo de Lon Nol, que assumiu o poder após o golpe de 1970, e viu na China uma aliada potencial na luta contra Lon Nol e os Estados Unidos. No entanto, essa decisão acabou por ter consequências imprevisíveis. A escalada do conflito culminou com a ascensão dos Khmers Vermelhos e a tomada do poder no Camboja.

O governo chinês de Mao Zedong apoiou os Khmers Vermelhos de Pol Pot, fornecendo-lhes assistência militar, financeira e política. No entanto, é amplamente reconhecido que Mao e seus assessores estavam mais interessados em usar os Khmers Vermelhos como peões em sua rivalidade com a União Soviética do que preocupados com o bem-estar do povo cambojano. A tragédia que se seguiu, com a ascensão dos Khmers Vermelhos e o subsequente genocídio no Camboja, resultou de toda uma política radical protagonizada por Pol Pot. Embora Mao e a China tenham apoiado inicialmente os Khmers Vermelhos, eles não estavam diretamente envolvidos na tomada de decisões do regime cambojano e, posteriormente, condenaram as suas ações quando a magnitude do genocídio se tornou conhecida internacionalmente.

Houve relatos e teorias da conspiração sobre uma suposta tetativa de homicídio de Mao Zedong envolvendo Lin Biao e seu filho, Lin Liguo, em setembro de 1971. Lin Biao era um dos principais líderes do Partido Comunista Chinês e era considerado o herdeiro político de Mao na época. No entanto, em setembro de 1971, Lin Biao morreu num acidente de avião na Mongólia, enquanto supostamente tentava fugir para a União Soviética após um suposto fracasso de uma conspiração contra Mao. Os detalhes exatos do que aconteceu, se é que tenha havido realmente uma tentativa de assassinato, permanecem obscuros e controversos. O governo chinês sob Mao Zedong tratou o incidente como uma traição e uma tentativa de golpe, mas muitos detalhes específicos nunca foram completamente esclarecidos. A morte de Lin Biao e os eventos que a cercam são frequentemente mencionados em histórias e análises sobre a política chinesa durante a Revolução Cultural e o período posterior. Foi um drama que confundiu o mundo durante décadas.

O incidente levantou muitas questões sobre as verdadeiras circunstâncias da morte de Lin Biao, bem como sobre os motivos por trás dela. Além disso, o episódio teve um impacto significativo na política interna e externa da China, influenciando as relações entre o governo chinês e outras potências mundiais, bem como a dinâmica dentro do Partido Comunista Chinês. A morte de Lin Biao e as suspeitas de uma conspiração interna continuam a ser objeto de estudo e debate entre historiadores e analistas políticos.

O confronto de tropas chinesas e soviéticas no rio Ussuri encorajou Mao a pôr à prova Lin Biao. O confronto entre tropas chinesas e soviéticas ao longo do rio Ussuri em 1969, conhecido como Conflito Fronteiriço Sino-Soviético, foi um ponto de viragem nas relações entre a China e a União Soviética. Esse conflito exacerbou as tensões já existentes entre os dois países e levou Mao Zedong a desconfiar dos soviéticos. O que pode ter contribuído para a decisão de testar a lealdade de Lin Biao e outros líderes dentro do Partido Comunista Chinês. Alguns acreditam que Mao viu Lin Biao como uma possível ameaça à sua liderança, especialmente após o conflito com a União Soviética. Isso pode ter desempenhado um papel na suposta conspiração e subsequente tentativa de fuga de Lin Biao em 1971. No entanto, os detalhes exatos e as motivações por trás desses eventos permanecem objeto de especulação e controvérsia.

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