segunda-feira, 15 de julho de 2024

Sayyid Qutb no Egito


Sayyid Qutb, um teórico islâmico influente e membro proeminente da Irmandade Muçulmana, tornou-se cada vez mais crítico do regime secular de Nasser, no Egito, que era visto como contrário aos princípios islâmicos. Sayyid Qutb defendia a necessidade de uma revolta islâmica para restaurar o Islão como a fonte central de autoridade política. Qutb e seus seguidores chegaram a conspirar para assassinar Nasser. Em outubro de 1954, um membro da Irmandade Muçulmana tentou assassinar Nasser durante uma parada militar no Cairo, mas o atentado fracassou. Este incidente levou a uma forte repressão contra a Irmandade Muçulmana e seus membros, incluindo Qutb, que foi preso e posteriormente executado.



Sayyid Qutb na prisão

Nasser após ter assumido  poder, inicialmente buscou alianças com diversos grupos políticos, incluindo a Irmandade Muçulmana, uma organização islâmica influente no Egito. No entanto, as relações entre Nasser e a Irmandade rapidamente se deterioraram devido a diferenças ideológicas e disputas de poder. Sayyid Qutb, um escritor islâmico, e destacado membro da Irmandade Muçulmana, inicialmente também apoiou Nasser, mas acabou por se tornar um crítico ferrenho de seu governo, especialmente após o fracasso de uma revolta islâmica em 1954. Qutb foi preso, e epois executado em 1966. O que é certo é que as suas ideias influenciaram profundamente o movimento islâmico radical no Egito, e não só, que prevalece ainda nos dias de hoje. 

Sayyid Qutb foi julgado e condenado à morte em 1966, sendo enforcado pelas autoridades egípcias. No entanto, a sua execução não acabou com o fanatismo religioso ou o ativismo islâmico no Egito. Pelo contrário, Qutb tornou-se uma figura mártir para muitos islâmicos radicais e suas ideias continuaram a exercer influência sobre o movimento islâmico global. O legado de Qutb persistiu e suas obras, como "Milestones" ("Ma'alim fi al-Tariq"), continuaram a inspirar e justificar ações extremistas em nome do islão.

Qutb, portanto um fundamentalista da jiahd, radicalizando-se contra o secularismo de Nasser, contratou um membro da Irmandade para o matar, mas falhou. O que Nasser fez, foi mais inteligente, reforçou o Mukhabarat, com a ajuda da CIA, para purgar os jihadistas. Após o atentado contra sua vida em 1954, Nasser intensificou a repressão contra grupos islâmicos, incluindo a Irmandade Muçulmana, que ele considerava uma ameaça ao seu governo secular. Ele fortaleceu o aparelho de segurança do Estado, incluindo o Mukhabarat, a agência de inteligência egípcia, com a ajuda de assistência militar e treinamento dos Estados Unidos, incluindo a CIA. Essa cooperação ajudou Nasser a identificar e eliminar potenciais opositores, incluindo membros da Irmandade Muçulmana e outros grupos islâmicos. Essas ações consolidaram ainda mais o poder de Nasser, ajudando-o a reprimir efetivamente os movimentos islâmicos no Egito durante um certo tempo.

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