domingo, 14 de julho de 2024

Quando o povo perde a paciência, desafia o poder com violência



A noite em França foi de festa e de violência, como já se esperava. Fosse qual fosse o resultado das eleições, já tinham sido destacados 30 mil polícias para a noite deste domingo, o dia do ato eleitoral. A surpresa reinou nas urnas, com a vitória da aliança de esquerda Nova Frente Popular; mas não houve surpresa nas ruas, com cenas de violência entre manifestantes e polícias que duraram horas.

O foco dos confrontos foi a Praça da República, em Paris. Aparentemente só estavam no local apoiantes de esquerda, não havendo confrontos com manifestantes de direita. Mas houve confrontos com a polícia, com petardos, incêndios, bicicletas pelo ar, árvores destruídas, estabelecimentos vandalizados e garrafas atiradas contra os polícias – que respondiam com canhões de água, gás lacrimogéneo. No meio desta batalha campal, alguns manifestantes foram ao encontro da equipa de reportagem do canal português Now.



A jornalista Madalena Sales contou que, entre petardos e garrafas de vidro na sua zona, manifestantes tentaram desviar e destruir a máquina de filmar, e depois agrediram a equipa do Now. Tudo aconteceu durante uma intervenção em directo, num momento de maior tensão nas manifestações. E tudo por causa do consumo de álcool, segundo a jornalista portuguesa. Os jornalistas portugueses, relatou Madalena, também foram atingidos com vidros de garrafas.

Quando as pessoas perdem a paciência e sentem que não têm mais meios pacíficos para fazer suas demandas serem ouvidas ou para provocar mudanças políticas, elas podem recorrer à violência como uma forma de desafiar o poder estabelecido. Isso pode acontecer em várias circunstâncias, como injustiças sociais, abusos de poder, falta de representação política adequada, entre outros motivos.Os protestos e levantamentos populares muitas vezes começam de forma pacífica, mas podem se tornar violentos quando as pessoas se sentem desesperadas ou provocadas pela resposta repressiva do governo. Essa dinâmica pode ser observada em muitos eventos históricos e atuais ao redor do mundo, e destaca a importância de governos e sistemas políticos darem respostas que permitam a expressão pacífica das pessoas acerca das suas preocupações e demandas.

O termo "burguesia" foi frequentemente usado na retórica dos regimes comunistas para denotar uma classe social específica, muitas vezes vista como exploradora ou opressora. Essa caracterização da burguesia como uma classe inimiga foi usada para justificar políticas de redistribuição de riqueza, nacionalizações de empresas e outras medidas destinadas a suprimir ou eliminar a influência económica e política da classe burguesa. No entanto, essa narrativa frequentemente simplificava a realidade social e económica, criando uma divisão rígida entre "burgueses" e "proletários" que nem sempre correspondia à complexidade das relações de classe. Além disso, essa demonização da burguesia muitas vezes servia para justificar políticas autoritárias e repressivas contra qualquer forma de oposição ou dissidência política.


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