sexta-feira, 5 de julho de 2024

Tempo da Exposição Universal e da Guerra da Crimeia

 


Olympia, de Édouard Manet, 1863
óleo sobre tela - 130,5x190
Museu d'Orsay, Paris

Em 1863, Édouard Manet expôs seu famoso quadro "Olympia" no Salão de Paris. A obra causou grande controvérsia devido à representação ousada de uma mulher nua e ao desafio das convenções artísticas da época. "Olympia" é considerada uma das obras mais importantes da história da arte moderna.

Estava ainda a decorrer a Guerra da Crimeia e era inaugurada em 1855, em Paris, A Exposição Universal. A Guerra da Crimeia foi um conflito que se estendeu de 1853 a 1856, na península da Crimeia (no mar Negro), no sul da Rússia e nos Balcãs. Envolveu, de um lado o Império Russo e, de outro, uma coligação integrada pelo Reino Unido, a França, o Reino da Sardenha — formando a Aliança Anglo-Franco-Sarda — e o Império Otomano (atual Turquia). Esta coligação, que contou ainda com o apoio do Império Austríaco, foi formada como reação às pretensões expansionistas da Rússia. Nessa guerra, foi importante o papel da marinha de corso, pela França e Reino Unido.Em 1854, a Grã-Bretanha e a França se haviam unido na Guerra da Crimeia contra a Rússia. Essa guerra foi travada principalmente na península da Crimeia, no Mar Negro, e foi motivada por disputas territoriais e pela influência política na região do Mar Negro e do Mediterrâneo Oriental.

Napoleão III organizou a Exposição Universal em 1855, seguindo o exemplo de seu tio, Napoleão Bonaparte, que havia organizado exposições semelhantes durante seu reinado. Essas exposições eram eventos importantes para mostrar o progresso industrial, cultural e tecnológico de um país, além de servirem como vitrines para o mundo. 



Exposição Universal 1855, Paris

Ajudados pelos italianos do Piemonte e pelos otomanos, desembarcaram na Crimeia buscando a base naval de Sebastopol. Sebastopol era uma cidade estratégica e uma importante base naval russa na península da Crimeia. Os aliados, incluindo os britânicos, franceses, italianos do Reino da Sardenha (Piemonte) e os otomanos, realizaram um desembarque na Crimeia com o objetivo de capturar Sebastopol e enfraquecer a influência russa na região do Mar Negro.

Era o tempo de Palmerston e a Rainha Vitória. Durante a Guerra da Crimeia, a Grã-Bretanha era liderada pelo primeiro-ministro Lord Palmerston e a Rainha Vitória reinava como monarca. Este período, conhecido como a era Vitoriana, foi marcado por uma grande expansão do Império Britânico e importantes desenvolvimentos industriais, tecnológicos e culturais. E o rei Leopoldo da Bélgica, tio de Vitória, fez da Europa um viveiro de casamentos.

O rei Leopoldo I dos Belgas, que era tio da Rainha Vitória do Reino Unido, por meio de estar casado com a princesa Carlota de Gales, desempenhou um papel significativo na promoção de casamentos entre as famílias reais da Europa. Esses casamentos frequentemente visavam fortalecer alianças políticas e dinásticas entre os diversos países europeus. Esta prática era comum, e contribuía para a complexa teia de relações entre as monarquias europeias.Vitória ficou deslumbrada com Alberto.

A Rainha Vitória do Reino Unido ficou profundamente encantada e emocionalmente ligada ao seu primo, o príncipe Alberto de Saxe-Coburgo-Gota, e casou com ele em 1840. O casamento deles foi considerado um conto de fadas, à época, e o seu relacionamento foi marcado com amor e parceria. O príncipe Alberto desempenhou um papel significativo como consorte da rainha, influenciando-a em muitos aspectos políticos e culturais. E Maria II de Portugal ficou deslumbrada com Fernando Sax-Coburgo.

Maria II de Portugal casou-se com o príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Gota, mais tarde conhecido como Fernando II de Portugal, em 1836. O casamento foi arranjado como parte dos esforços para consolidar alianças políticas e dinásticas na Europa. Maria II e Fernando II tiveram uma relação próxima e ele desempenhou um papel ativo na política portuguesa durante o seu reinado.

Em 1855 Napoleão III e Eugénia fazem uma visita a Windsor. Em 1855, o imperador Napoleão III da França e sua esposa, Eugénia de Montijo, visitaram Windsor, a residência oficial da monarquia britânica. Esta visita foi parte dos esforços diplomáticos para fortalecer as relações entre a França e o Reino Unido durante o reinado da Rainha Vitória. A sorte foi que Napoleão falou em alemão com Alberto. Durante a visita de Napoleão III e Eugénia a Windsor, houve um episódio memorável em que Napoleão III, que falava fluentemente o alemão, pôde conversar com o Príncipe Alberto em sua língua nativa. Isso ajudou a facilitar a comunicação e contribuiu para um clima mais amistoso durante a visita.

E a guerra da Crimeia lá continuava até que terminou com a derrota dos russos e a tomada de Sebastopol. A Guerra da Crimeia terminou com a derrota dos russos e a tomada de Sebastopol pelas forças aliadas, composta principalmente pela Grã-Bretanha, França, Reino da Sardenha (Piemonte), Império Otomano e alguns outros aliados menores. A queda de Sebastopol em setembro de 1855 foi um momento crucial na guerra e contribuiu para o desfecho favorável para os aliados. O tratado de paz que encerrou a guerra foi o Tratado de Paris, assinado em 1856.

Foi já o filho de Nicolau I, Alexandre II, que com a assinatura do Tratado de Paris perdia temporariamente o Mar Negro. Foi o czar Alexandre II, filho de Nicolau I, que perdeu temporariamente o controle do Mar Negro como resultado do Tratado de Paris, que encerrou a Guerra da Crimeia em 1856. O tratado impôs uma série de restrições à Rússia na região do Mar Negro, incluindo a proibição de manter uma frota de guerra no Mar Negro e a neutralização do Mar Negro, tornando-o uma área desmilitarizada. Essas medidas limitaram temporariamente a influência russa na região e foram parte das condições de paz impostas pelos vencedores da guerra.

Em 1862 foi estabelecida a colónia francesa da Cochinchina ao retomarem Saigão. As tentativas iniciais das tropas francesas de tomar Saigon em 1859 foram repelidas, mas em 1862, durante o reinado de Napoleão III, as tropas francesas conseguiram retomar Saigon e estabeleceram a colónia francesa da Cochinchina. Isso marcou um marco importante na expansão colonial francesa no Vietnme, estabelecendo uma base para a futura colonização da região. Depois a França alargou o domínio ao Camboja e Sião, formando uma Indochina imperial que durou até 1954, quando a derrota francesa na Batalha de Dien Bien Phu e os Acordos de Genebra levaram à retirada francesa e à divisão do Vietname em duas partes, Norte e Sul.

Napoleão III foi responsável por expandir o domínio francês no Senegal durante o século XIX. A França estabeleceu uma presença significativa na região, principalmente para fins comerciais e coloniais. Esta expansão no Senegal fazia parte da estratégia mais ampla de Napoleão III de aumentar a influência francesa em África.


Virginia Oldoini - Condessa de Castiglione

A condessa de Castiglione, conhecida por sua beleza e influência, teve um papel intrigante na vida de Napoleão III. Ela era uma figura proeminente na sociedade italiana e manteve um relacionamento com o imperador francês. Sua influência e o relacionamento com ela podem ter contribuído para o interesse de Napoleão III na política italiana, especialmente durante o período de tumultos do Risorgimento, quando a unificação italiana estava em andamento. Virginia Oldoini, Condessa de Castiglione foi uma aristocrata e agente secreta italiana, célebre por ter sido a amante do imperador Napoleão III de França. Em parte, ela foi responsável pela unificação italiana, devido à influência que adquiriu sobre o imperador.

Virginia Oldoini, nascida em Florença em 1837, foi uma figura extraordinária que se destacou em sua época como uma das mulheres mais belas e intrigantes da corte. Sua relação peculiar com a fotografia, me faz arriscar dizer que foi a primeira pessoa a desenvolver a linguagem da fotografia de moda, criando conceitos que utilizamos ainda hoje na produção editorial.

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