Dorothea Lange [1895-1965] foi uma fotógrafa/fotojornalista norte-americana, conhecida pela influência que as suas fotografias do tempo da Grande Depressão tiveram na posterior vertente humanista do fotojornalismo.
Aos sete anos contrai a poliomilelite, o que lhe afectou a perna direita com claudicação permanente. Aos doze, o pai abandona a família. Em 1918, deixa Nova Iorque com uma amiga para viajar pelo mundo, mas foi forçada a terminar a viagem em São Francisco, devido a um assalto. Aí se estabelece, trabalhando como finalista de fotografia numa loja de artigos fotográficos, onde se familiarizou com outros fotógrafos. Aí conhece um investidor que a ajudou a montar um estúdio de retratos. Em 1920, casa-se com o pintor Maynard Dixon, com quem teve dois filhos.
Em 1933, no auge da Depressão, cerca de catorze milhões de pessoas estavam desempregadas nos Estados Unidos. Milhares de famílias chegam à Califórnia na década de 1930, na esperança de encontrar trabalho. Essas famílias migrantes eram rotineiramente chamadas de "Okies", independentemente de onde viessem. Okie é um termo, criado em 1907, para denotar um residente ou nativo de Oklahoma, muitas delas viajando em carros como aquele que se vê aqui na fotografia da própria Lange.
Migrant Mother é a fotografia icónica que Lange tirou em 1936 a Florence Owens Thompson (nascida Florence Leona Christie [ 1903-1983]. Em dezembro de 1935, Lange divorcia-se de Dixon e casa com o economista Paul Scuster Taylor, professor de economia da Universidade da Califórnia em Berkeley. Durante os cinco anos seguintes viajaram juntos pela costa da Califórnia e também pelo Centro-Oeste, documentando a pobreza rural e a exploração de comerciantes e trabalhadores migrantes. Enquanto Taylor colhe dados económicos, entrevistando muitas pessoas, Lange fotografa as pessoas e distribui-as gratuitamente pelos jornais de todo o país. As imagens são pungentes. Lange torna-se rapidamente famosa de um dia para o outro. E a Migrant Mother é um desses trabalhos de Lange que se torna um ícone. De volta a casa, Lange contacta um editor de um jornal de São Francisco, descrevendo-lhe as condições em que essas pessoas viviam. Cede-lhe duas das suas fotografias, e o editor, falando diretamente com as autoridades federais, publica um artigo com aquelas imagens. E o governo, finalmente toma consciência da gravidade da situação, e trata de socorrer toda aquela gente da fome.
Sem comentários:
Enviar um comentário