quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

As formas das coisas e dos seres vivos




As formas das espécies vivas na natureza tem sido objeto de estudo por parte de alguns filósofos para a construção de um argumento que faça sentido racionalmente sem que seja necessária qualquer prova empírica para o sustentar. Este é o argumento a que os filósofos chamam argumento do desígnio ou do desenho, ou do desenhador.

Mas antes disso, os filósofos ainda vão mais fundo perguntando de que forma se nos pinta o aspeto do mundo na aparência além da essência. O aspeto do mundo na aparência é aquilo que conhecemos pelos sentidos da visão, audição, olfato, gosto e tato. E a essência te a ver com as coisas em bruto, não filtradas pelos sentidos. Por outro lado, é no cérebro que se processam os dados dos sentidos para serem transformados em formas qualitativas: sons, cores, aromas, etc. Ou seja, a fenomenologia dos qualia. Mas como é que o cérebro faz isso, ninguém sabe. Mas uma coisa é certa: não é o cérebro sozinho que faz isso, mas sim numa parceria bidirecional assente em tês partes: 1) o fenómeno propriamente dito, o acontecimento ou objeto físico; o seu contacto com o respetivo órgão do sentido; e o cérebro.

Agora, como é que a Natureza realiza as várias formas de vida a partir do nada é outro problema. O problema filosófico reside no ceticismo em relação à explicação científica de raiz darwiniana, cuja teoria, não convincente, afirma que o desenho das espécies no que respeita à forma do corpo e aos mecanismos sofisticados dos vários órgãos necessários para a sua sustentação enquanto ser vivo, é um processo espontâneo ad hoc de design. A teoria de que o desenho que o nosso corpo apresenta com a imensa complexidade que vai dos genes ao funcionamento dos vários órgãos. Como o argumento não convence, no fim somos levados a cair no raciocínio de uma mente inteligente, um Criador, um Deus. 




Há um esquema prévio da estrutura dos nossos corpos codificados no nosso ADN. O que não bate a bota com a perdigota é a explicação darwinista que diz que há mutações más e mutações boas. E estas sendo transmitidas às gerações seguintes vão-se estabelecendo favoravelmente. E então, por mais sofisticado que seja um olho, um rim, um cérebro, resultam de uma longa cadeia de mutações aleatórias, mas vantajosas. O que não convence ninguém é como mutações ao acaso determinam uma estrutura coerentemente organizada para um determinado propósito, que no exemplo do olho é a visão das coisas no mundo com uma eficácia tal que tenha significado para a sobrevivência e persistência de um número imenso de espécies tão diversificadas em formas e feitios. Desde um peixe chaputa que vive no mar a mais de 1 km de profundidade até um Miguel Ângelo, pintor da Capela Cistina, ou escultor da Pietà. Mas ainda que acreditássemos nos darwinistas, ainda fica de fora a ordem cósmica, a música dos astros. Há uma escolha a fazer em relação a estas regularidades: Deus ou o Caos. Um facto bruto sem explicação. A simples existência bruta de regularidades, o fim de linha das explicações científicas.

Os céticos argumentam que é mais plausível encontrar razões psicológicas para as nossas crenças.

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