quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Antiglobalização



Hoje há muitos grupos ativistas a defenderem práticas sustentáveis, justiça social e proteção ambiental, opondo-se ao modelo de desenvolvimento focado no crescimento económico ilimitado que fomenta o consumo excessivo. Por outro lado, há cada vez mais países cujos governos se preocupam com a sustentabilidade do planeta procurando adotar políticas de proteção das suas economias e culturas locais. Para isso têm promovido a autossuficiência para resistir à influência de corporações multinacionais à frente da globalização. 




Teóricos e académicos que criticam o modelo económico neoliberal, propõem alternativas que potenciem a sustentabilidade, a equidade social e a preservação cultural. Através dos Média, e da ampla rede da literacia digital, há toda uma variedade de atores, tanto do campo da ciência como das artes, a promoverem valores que celebram a simplicidade, a conexão com a natureza e a resistência ao consumismo. Esses esforços refletem uma busca por modos de vida mais equilibrados e justos, que valorizem o bem-estar humano e a saúde do planeta em detrimento da acumulação material e da degradação ambiental.

Mas se no hemisfério ocidental do planeta, falemos assim em modo de clarificação, se verifica uma grande preocupação dos atores políticos e da sociedade civil em geral com os efeitos nefastos da globalização que vem crescendo a partir do último quartel do século XX, tal preocupação não é acompanhada noutros quadrantes e continentes da Terra. Pelo menos não se dá conta disso, e no entanto têm sido fustigados por intempéries e catástrofes naturais cada vez mais intensas. Até surpreende que, por exemplo na Rússia seja empregue o termo 
"liberasta", um termo pejorativo, para descrever alguém que é visto como excessivamente submisso ou entusiasta em relação aos valores liberais ocidentais. Este termo combina "liberal" com uma terminação pejorativa, implicando uma visão negativa e de desprezo por essa postura. É frequentemente utilizado em discursos políticos e sociais para criticar aqueles que adotam um estilo de vida conotado com os chamados "valores ocidentais".




Os críticos da globalização argumentam que o que o move é o consumo de coisas desnecessárias e que atrás disso se gera a exploração de recursos naturais de forma insustentável. Além disso aliena os indivíduos, transformando-os em meros autómatos consumidores de matérias primas e produtores de lixo, muito lixo, em vez de animais plenos com identidade de cidadãos que percebem como os impactos negativos do consumismo desenfreado só nos levará à destruição do planeta. A crítica ao globalismo ocidental é ao consumismo desenfreado. Esse é o ponto de convergência que reúne uma variedade de movimentos e correntes de pensamento que, apesar de suas diferenças, compartilham uma oposição ao modelo económico e cultural dominante. Críticos do capitalismo e defensores de uma economia sustentável, que buscam alternativas ao crescimento económico ilimitado e à exploração dos recursos naturais.

Nacionalistas e Conservadores, grupos que defendem a preservação das tradições culturais e a soberania nacional, marcam encontro neste propísito com os ecologistas, os verdes. C
ombinam elementos de crítica ao neoliberalismo com uma retórica de proteção dos interesses dos cidadãos comuns contra as elites globais. Oferecem críticas profundas às consequências do consumismo sobre a identidade e a dignidade humanas, propondo uma reflexão sobre o verdadeiro sentido do progresso e do desenvolvimento humano. Embora esses grupos possam divergir significativamente em seus objetivos e métodos, a crítica comum ao globalismo ocidental e ao consumismo fornece uma plataforma de união temporária. Essa coligação heterogénea pode resultar em alianças inesperadas, onde antigos adversários encontram terreno comum para enfrentar o que percebem como um inimigo maior e mais urgente: a ameaça à sustentabilidade do planeta e à dignidade humana imposta pelo modelo globalista consumista.

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