sábado, 5 de outubro de 2019

Cnossos



Cnossos é o maior sítio arqueológico da Idade do Bronze da ilha grega de Creta. Situada perto da cidade moderna Heraclião, era provavelmente o centro da antiga Civilização Minoica.  O sítio tem uma história de habitação humana muito antiga, que se iniciou com a fundação do primeiro assentamento neolítico, por volta de 7.000 a.C. Com o tempo, Cnossos foi crescendo, tornando-se centro administrativo e religioso acompanhado da sua grande monumentalidade: Palácio Antigo (século XIX a.C.) e Palácio Novo (século XVI a.C.).


Selo cilíndrico minoico

Uma das teorias acerca das causas da destruição de Cnossos aposta na erupção vulcânica da ilha de Tera. A erupção devastou o assentamento minoico em Acrotiri, que foi efetivamente enterrado sob camadas de pedra-pomes. Além disso, foi sugerido que a erupção e seu efeito sobre a Civilização Minoica foi a origem do mito da Atlântida. Estudos recentes,  baseados em evidências arqueológicas encontradas em Creta, indicam que um enorme tsunami gerado pela erupção de Santorini, devastou as áreas costeiras da ilha e destruiu muitos assentamentos costeiros.


Vários autores têm observado evidências de que nesse período houve na ilha intensa atividade económica, não necessariamente comercial, evidente pela sobrecarga nos armazéns. Por exemplo, a recuperação arqueológica de Cnossos fornece uma prova clara de desmatamento desta parte da ilha de Creta próximo aos últimos estágios do desenvolvimento minoico.







Uma das contribuições mais notáveis dos minoicos foi a arquitetura. É exclusiva a sua coluna, mais larga no topo do que na base. As colunas eram feitas de madeira ao invés de pedra, e eram geralmente pintadas de vermelho. Eram montadas numa base de pedra simples e cobertas com uma almofada, uma peça redonda a fazer de capitel. Desenvolveram técnicas arquitetónicas revolucionárias como o uso de cantarias cortadas e a perfuração de encaixes no topo de blocos de cantarias para a fixação de grandes vigas horizontais.


Entre os achados mais importantes estão os afrescos que decoram as paredes. Os murais retratavam competições atléticas, possivelmente um ritual de maturidade em que os jovens praticavam acrobacias no dorso de touros.

A Arte Minoica desenvolveu-se entre cerca de 3.000 a1.100 a.C. tanto na ilha de Creta, como em diversas regiões do Egeu e Mediterrâneo, locais onde a influência minoica foi forte devido ao comércio intenso com potências e povos das proximidades.







Inicialmente, esta estatueta era chamada de Adoradora sem Cabeça, e é menor do que a outra estatueta, também de faiança, a qual chamavam Deusa das Serpentes. A estatueta anteriormente denominada Adoradora sem Cabeça foi chamada assim porque havia sido encontrada sem a cabeça e sem o braço esquerdo, e foi reconstituída pela equipe do arqueólogo Arthur Evans, em 1903, baseando-se na estátua maior. A serpente é uma antiga divindade da sabedoria, intuitivamente um símbolo telúrico. 


Por a serpente tirar sua pele e sair do esconderijo da casca morta brilhante e fresca, ela é um símbolo universal da renovação, e a regeneração que pode conduzir para a imortalidade. Na Epopeia de Gilgamesh (de origem suméria), Gilgamesh mergulha no fundo das águas para recuperar a planta da vida. Mas quando decide descansar do seu trabalho, aparece uma serpente que come a planta. A serpente torna-se imortal, e Gilgamesh fica destinado a morrer. 

Na distante extremidade ocidental do mundo da antiguidade, no jardim das Hespérides, uma outra serpente guardiã da árvore Ladão, protege a fruta dourada. Entretanto sob uma outra árvore da Iluminação, está o Buda sentado em posição de meditação. Quando uma tempestade se levantou, o poderoso da serpente levantou-se acima da caverna subterrânea e envolveu o Buda em sete espirais por sete dias, para não interromper o estado de meditação. As serpentes são figuras proeminente em mitos gregos muito arcaicos: o mito-elemento de Laocoonte, a antiga Hidra de Lerna, que lutou com Hércules, a serpente do mais velho Oráculo de Delfos, entre outras.

A imagem da serpente como a incorporação da sabedoria transmitida pela deusa Sophia é um emblema usado pelo gnosticismo, especialmente as seitas mais ortodoxas caracterizadas como Ofídeas, ("Homens Serpente"). A serpente ctónica é um dos animais associados com o culto de Mitras. O Basisilisco, o famoso "rei das serpentes" com o bote da morte, foi atacado por uma serpente, Pliny e outros pensaram, do ovo ao adulto. Tais fantasias povoaram o pensamento medieval.

Serpentes envolviam os seguidores de Hermes e de Asclépios, onde uma única serpente envolvia o cedro. No caduceu de Hermes, as serpentes não eram simetricamente gémeas, elas pareciam adversárias. As asas sobre o cedro são identificadas como asas mensageiras; Hermes o Mercúrio para os romanos, que era o mestre da diplomacia e retórica, de invenções e descobertas, protetor dos comerciantes e dos aliados e na visão dos mitologistas, dos ladrões. Assim a Química e a Medicina associaram o bastão de Hermes com os discípulos do curador Asclepius, que era envolvido por uma serpente; o bastão de Mercúrio e o moderno símbolo médico, que podia simplesmente ser o bastão de Asclepius, tornou-se um bastão do comércio. 


A serpente foi um símbolo social e religioso muito importante, venerada pelos Maias. A mitologia maia descreve a serpente como sendo um veículo pelo qual corpos celestiais, tal como o sol e as estrelas, atravessam os céus. O descamar da pele fez delas um símbolo de renascimento e renovação. Elas eram tão veneradas que uma das divindades, Quetzalcoatl, foi representada como uma serpente emplumada. O nome significa serpente preciosa.

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