terça-feira, 15 de outubro de 2019

O Mecanismo de Anticítera



O Mecanismo de Anticítera, atribuído a Arquimedes, consiste numa espécie de planetário compacto, ou até mesmo um computador da conjuntura dos astros, numa visão a partir da Terra. Tal mecanismo permaneceu dois mil anos no fundo do mar, nas proximidades da ilha grega de Anticítera. Foi descoberto em 1902 por mergulhadores. Desde o seu resgate das águas que um acervo de investigadores vem tentando compreender o seu funcionamento a partir da mimetização de modelos experimentais.

Na figura está o Mecanismo original séc. II a.C., que se encontra em exposição na Coleção do Bronze do Museu Arqueológico Nacional de Atenas. E um exemplo das várias reconstituições experimentais, esta de 2007.

Este intrincado mecanismo insinua que a matemática grega antiga não era apenas teórica, ou mística, como a dos pitagóricos, mas também desenvolveu a vertente da matemática aplicada. Os pitagóricos têm em certos círculos académicos muito má fama, por terem adotado uma numerologia muito maluca, ao ponto de considerarem o 2 “Macho” e o 3 “Fêmea” E isto induziu em erro muitos historiadores da matemática, ao acreditarem que a matemática grega perseguia um fim em si mesmo, e não constituía, portanto, uma ferramenta.

Além disso, apesar de Arquimedes, o putativo autor do Mecanismo de Anticítera, ter sido pupilo de Euclides, e ter mostrado as suas habilidades matemáticas aplicadas a poderosas máquinas de guerra, a verdade é que os Elementos de Euclides também não tinham contemplado nenhum aspeto prático da matemática aplicada.

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