segunda-feira, 2 de setembro de 2024

O Hezbollah com o apoio do Irão e da Síria

 

Hassan Nasrallah é o atual secretário-geral do Hezbollah e tem ocupado essa posição desde 1992. O primeiro secretário-geral do grupo havia sido Sheikh Subhi Tufayli. Após a morte de Abbas al-Musawi em 1992, Hassan Nasrallah tornou-se o líder do Hezbollah. Al-Musawi foi assassinado num ataque perpetrado por Israel. Sob a liderança de Nasrallah, o Hezbollah consolidou o seu papel como uma força militar significativa e um ator político importante no Líbano.

Hassan Nasrallah é, por conseguinte, uma figura central na história contemporânea do Hezbollah. A sua liderança ajudou a transformar o grupo numa força poderosa no Líbano e a moldar a dinâmica política e militar da região. Ao longo de seu mandato, ele enfrentou diversos desafios e crises, consolidando a influência do Hezbollah no cenário regional.




O Hezbollah foi fundado em 1982 por uma coligação de militantes xiitas libaneses, incluindo figuras como Sheikh Subhi Tufayli e Hassan Nasrallah. A fundação do Hezbollah foi fortemente influenciada pela Revolução Islâmica no Irão. O seu propósito consistiu em criar uma organização que promovesse uma agenda xiita e antiocidental no Líbano, bem como resistir à ocupação israelita do sul do Líbano. A ideologia do Hezbollah combina nacionalismo libanês com um forte componente de militância islâmica xiita. O apoio do Irão e da Síria foi fundamental para o crescimento e a capacidade operacional do Hezbollah. Com esse suporte, o Hezbollah conseguiu tornar-se um ator importante na política e no conflito libanês, e expandir a sua influência na região.

Imad Mughniyeh [1962-2008] também se juntou ao Hezbollah, com o seu papel na ala militar do grupo foi fortemente apoiado pelo Irão e pela Síria. Esse suporte foi crucial para o desenvolvimento e as operações do Hezbollah, além de ter um impacto significativo no cenário geopolítico do Médio Oriente. A colaboração entre o Hezbollah, o Irão e a Síria exemplificam como alianças regionais e apoio externo podem moldar a dinâmica de conflitos e influenciar as políticas internacionais. Imad Mughniyeh não foi fundador do Hezbollah, mas desempenhou um papel crucial em sua ascensão e desenvolvimento. 
Mughniyeh ajudou o Hezbollah a ser uma força militar significativa com capacidades avançadas de combate. Ele foi responsável por um número significativo de ataques em grande escala contra alvos tanto em Israel como em interesses ocidentais. Atentados suicidas em 1983 contra a embaixada dos EUA e o quartel dos fuzileiros navais em Beirute. 




Imad Mughniyeh
recebia apoio significativo tanto do Irão quanto da Síria. Esse apoio foi crucial para o desenvolvimento e as operações do Hezbollah e influenciou fortemente a dinâmica do conflito no Líbano e em toda a região do Levante. Mughniyeh era conhecido por seu nome de guerra al-Hajj Radwan. Mughniyeh foi incluído na lista da União Europeia de terroristas procurados e tinha uma recompensa de 5 milhões de dólares na lista do FBI. Mughniyeh foi morto na noite de 12 de fevereiro de 2008 por um carro-bomba que detonou enquanto ele passava a pé no bairro de Kafr Sousa em Damasco.

O Hezbollah foi fundado com uma ideologia inspirada pela Revolução Islâmica Iraniana e o pensamento do líder supremo iraniano, Ruhollah Khomeini. E o regime do Irão sob viu isso com bons olhos, fornecendo suporte substancial, que incluía financiamento, treino militar e fornecimento de armas. O Irão via o Hezbollah como um aliado estratégico para promover os seus interesses e expandir influência na região. Por conseguinte, o Irão também fez questão de moldar o Hezbollah como um protetorado xiita, com uma agenda comum contra o Ocidente e contra Israel. A Síria, sob o governo de Hafez al-Assad e, posteriormente, de Bashar al-Assad, também ofereceu suporte logístico e político ao Hezbollah. O território sírio serviu como uma base estratégica para o Hezbollah, facilitando o fornecimento de armas e treino. A Síria também desempenhou um papel na mediação entre o Hezbollah e outros grupos militarizados de guerrilha. O apoio sírio ao Hezbollah estava alinhado com os interesses estratégicos da Síria na região. O Hezbollah ajudava a Síria a manter influência no Líbano e a desafiar a presença, e as políticas de Israel. 

A colaboração entre o Hezbollah, o Irão e a Síria contribuíram assim para o aumento das tensões e dos conflitos na região. As ações do Hezbollah, apoiadas por esses países, influenciaram a dinâmica do conflito no Líbano e a relação com Israel, assim como as políticas regionais mais amplas. O apoio externo ao Hezbollah, especialmente do Irão, levou a uma série de sanções e esforços internacionais para conter a influência e as atividades do grupo. A presença do Hezbollah e o seu apoio estrangeiro continuam a ser um ponto de fricção nas relações internacionais e na política de segurança regional. 

A Retirada de Israel do Sul do Líbano no início dos anos 2000 foi desencadeada por ações levadas a cabo pelo Hezbollah, que desempenhou um papel central nessa campanha. 
Na Guerra de 2006, com Israel, Nasrallah liderou o Hezbollah, tendo tido um impacto significativo tanto no Líbano como em Israel. Isso acabou por solidificar ainda mais a posição do Hezbollah no Líbano. No Conflito da Síria, Nasrallah também desempenhou um papel importante no envolvimento do Hezbollah lutando ao lado das forças do governo sírio de Bashar al-Assad. Nasrallah é conhecido por seus discursos contundentes, e pela habilidade em mobilizar apoio popular. Em suma, Nasrallah tem mantido uma posição proeminente não só no Líbano, mas também no contexto regional e internacional, sendo um líder influente no mundo árabe e entre os grupos xiitas. 

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